quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os encontros e desencontros do amor


Os encontros e desencontros do amor

Se conheceram numa mesa de bar, durante a despedida de um amigo que viajava pra Europa a estudo. Ela tinha 17 anos, toda ‘verdinha’, acabava de ingressar na universidade, queria experimentar um pouco de tudo, principalmente a liberdade; ele tinha acabado um relacionamento de 4 anos há apenas 3 meses, aos 23 anos acabava de se formar num curso de grande status e assim ganhava/gastava dinheiro como quem respirava, afinal agora sentia que podia tudo.

Duas cabeças vazias - ou esvaziadas - dois corpos sedentos por prazer, descobertos de qualquer sapiência que os levasse a esperar algo mais sério um do outro. Doses e mais doses de Whisky, olhares insinuantes, mãos que corriam entre pernas e ombros. Assim começou o enlace que, como deve se suspeitar, acabou num quarto de motel. E acabou por lá mesmo, pois no dia seguinte cada um seguiu seu rumo como se a noite não tivesse representado nada.

Eram dois imaturos, cada um querendo saciar suas necessidades e esconder suas fraquezas a sua maneira particular, dois mundos que não se chocavam tampouco se completavam; tinha tudo pra não dar certo. E não deu. Mas a vida, como é interessante, fez com que lá na frente cruzassem um o caminho do outro em condições emocionais mais favoráveis.

Eis que cinco anos depois, ambos se encontram no velório de um amigo em comum. Não foi a ocasião mais adequada pra despertar um sentimento, porém em meio a velas e cravos os dois sentiram uma discreta elevação da batida cardíaca. Era sinal do amor que fora sufocado naquela ocasião remota, ele ainda mantinha suspiros de vida e esperança dentro deles. Disfarçando as intenções, marcaram de sair pra sob o pretexto de ‘trocar ideias profissionais’, e depois outro encontro, e outro, e outro. Demoraram pra entender a situação, pois foi difícil aceitar que haviam mudado e que não eram mais tão ocos quanto aquela época. Eram outros.

Assim nasceu a história do casal e é incrível observar como o destino oferece a oportunidade do reencontro, de deixar cair as máscaras que usamos na conquista pra fingir aquilo que não somos; como a dor é capaz de deflagrar nossa essência e permitir que sejamos transparentes a ponto de expor nossa alma ao outro. O sofrimento amadurece e assim proporciona novas oportunidades que antes não se configuravam. Havia tanto tempo que se conheceram que não podia se dizer que ainda eram os mesmos, eram agora outras duas pessoas com uma nova possibilidade de entrega e realização conjunta. A vida brindou os dois com o amor e deu uma nova chance de fazer dar certo, basta se permitam.

[Mente Hiperativa]

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