quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eu caí


Eu caí
Eu caí

Um dia eu sonhei que as nuvens de algodão não passavam de fumaça sob os meus pés, e de repente, como se houvesse o espirro de um gigante, tudo sumia e eu caia na terra fria e asquerosa. Assim mesmo, como um útero que aborta o filho e o joga na sarjeta podre, abandonando-o sozinho.

É verdade, num dia desses eu vivia no céu, mas tudo acabou, eu caí e estou aqui jogado no chão. Eu realmente esperei que a tua mão enorme e generosa aparasse a minha queda, mas onde você estava nesse momento tão triste que não pôde me ajudar?

Esperei algum tapete mágico do aladdin me segurar, ou quem sabe o bom velhinho passando com seu trenó naquele exato momento, podia ser um balão, um zepelin perdido no tempo... Ou até panapaná de borboletas-monarca.

Ah, chega de fantasia, não há nada que me salve da queda, ela é certa. Eu cai e já deixei de idealizar possíveis salvadores. Agora tenho consciência de que estou só, e como só que sou trato de me levantar e limpar a terra que me sujou. Se não há quem me salve, salvo-me eu mesmo. Chega de chorar, ou esperar. Chegou a hora de agir.


[Mente Hiperativa]

Um comentário:

  1. Acho que não podemos acreditar que tenha alguém que nos segure. A queda é necessária, o impacto nos ensina. Podemos, no máximo, contar com alguém que nos ajude a levantar.

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