terça-feira, 12 de abril de 2011

O normal é estatístico


O normal é estatístico

"O normal é estatístico", essa foi a frase que mais me chamou atenção no "O que é normal em sexualidade ?".

Então, partindo do pressuposto de que o normal seja mesmo estatístico então ele pode mudar com o tempo, mudam as práticas, muda a mentalidade, muda o conceito do que é normal ou não.
Pare e pense quantas coisas já foram consideradas anormais pela sociedade e hoje se aceita com muita naturalidade. Pense em quantas coisas VOCÊ achava anormal e hoje VOCÊ considera natural.
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Outra questão que o artigo colocou e eu gostei muito foi a diferenciação entre o 'não-normal' (ao invés da expressão depreciativa 'anormal') e o doentio, se você analisar com atenção perceberá que são conceitos distinos; algum hábito ou costume pode não ser normal (praticado por uma minoria) e ainda assim não ser doentio, pra ser doentio tal costume precisaria causar sofrimento ou quaquer outro dano à pessoa que o pratica. Sendo assim o não-normal, o incomum, não necessariamente deve ser encarado como uma doença.

Toda essa conceituação surgiu da seguinte pergunta bastante ouvida em consultórios psiquiátricos:

"Doutor, o que é normal em sexualidade?"

Talvez você nunca tenha ido a um psiquiatra e perguntado isso, mas com certeza já perguntou a si mesmo e talvez até já tenha questionado sua normalidade diante de algum costume sexual. No mundo em que vivemos a sociedade coloca o sexo como algo proibido, sigiloso, indecoroso, e por vezes até sujo, por isso não é raro nos questionarmos sobre nossa conduta sexual, se fazer isso ou aquilo é certo ou errado, se é normal, se é saudável; não é raro o adolescente se punir diante da masturbação, ou a mulher se reprimir diante da multiplicidade de parceiros sexuais. Isso é normal, é comum.

O mundo é repleto de tabus, o que se faz no sexo é pouco discutido e nos leva a pensar que somente nós conduzimos determinados comportamentos sexuais, que o resto da sociedade não pratica tais ações, ao contrário, nos condena por isso. Diante dessa Falsa constatação nós nos sentimos sujos, doentes, anormais ou qualquer outra coisa do gênero. Isso é que leva as pessoas a sofrerem, a acharem que são anormais.

Certamente as pessoas que mantém práticas sexuais pouco comuns (ou pouco discutidas) em algum momento colocam em xeque a sua normalidade. Por exemplo, seria normal um casal de idosos manter uma atividade sexual ? Não é normal (leia-se: não é estatisticamente predominante), mas não pode ser considerado doentio ou bizarro como muita gente ainda pensa. Sexo não tem idade.
Quantas relações sexuais por mês é o normal ? Existe uma média considerada 'normal' que varia de acordo com a faixa etária, mas os que desviam dessa média -seja pra mais ou pra menos- não são doentes por conta disso afinal cada um tem sua necessidade e prazer sexual distinto. Caso aja sofrimento pelo desejo sexual em excesso ou em escassez aí sim é caso de se procurar ajuda.
A compulsão sexual é uma doença ? Primeiro temos que estabelecer o conceito de compulsão, se é o ato de praticar sexo ou simplesmente pensar nele o dia todo, depois é preciso se perguntar se tal comportamento atrapalha as atividades diárias do indivíduo. Caso não atrapalhe qual seria o problema nisso ?

Como se vê são muitas as questões envolvendo o conceito de normalidade no sexo que -como eu havia dito no começo da postagem- podem mudam de acordo com o tempo, de acordo com a evolução da mentalidade, de acordo com o aumento do debate de tais comportamentos na sociedade.


SEGUNDO O ARTIGO QUE LI (http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=81&sec=23)
" A aspiração sexual estatisticamente normal deveria envolver, na seguinte ordem decrescente:

Indivíduos Humanos (contrário ao bestialismo)
Indivíduos vivos (contrário à necrofilia)
Pessoas livremente concordantes (contrário ao assédio)
Pessoas livremente receptivas (contrário à violentação)
Pessoas de faixa etária relativamente compatível (contrário à pedofilia)
Parentes de grau próximo e de primeiro grau (contrário ao incesto)
Locais adequados e em circunstâncias propícias (contrário ao exibicionismo)
Pessoas disponíveis civilmente (contrário ao adultério)
Outra pessoa (contrário à auto-satisfação)
Pessoas do sexo oposto (contrário ao homossexualismo) "
Alguns comportamentos acima são considerados doença pela maioria das pessoas (é quase unânime que a necrofilia seja anormal -no sentido pejorativo da palavra); enquanto outros já foram descritos na literatura médica como doença psiquiátrica e hoje em dia são encarados como uma opção ou uma orientação sexual, como o homossexualismo; alguns são crimes, como o assédio e a pedofilia; outros são fetiches ou desvios sexuais, como o exibicionismo; tudo depende da frequência estatística com que ocorrem, isso dirá se são normais ou não-normais, mas não dirá se são doentios. Só será doentio o que causar sofrimento e/ou morbidez ao praticante ou à outra parte envolvida.

Diante disso tudo fica a seguinte pergunta em nossas mentes:

EU SOU SEXUALMENTE NORMAL ?


[Mente Hiperativa]

3 comentários:

  1. Embora conceitos e valores tenham mudado no decorrer dos tempos, "nós ainda somos os mesmo, e vivemos como nossos pais", afinal somos fruto de nossa criação , o que não nos impede de questionar e criar nossos próprios valores. Aos meus olhos, qualquer prática sexual, desde que, não prejudique ninguém, tá valendo. Prazer é prazer, e não se discute. Não tenho que entender nada, cada um sabe de si.
    Acredito, como diz o texto, vai depender da forma e da intensidade, se acarretar culpa, aí alguma coisa deve ser vista com mais cuidado. Cada um goza como quer.
    Abração

    Abraço

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  2. Acho engraçado que o povo tem medo de se pronunciar quando o tema é sexo...

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  3. verdade ...A sexualidade humana está coberta de silêncios e entreditos....

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